Julio Barreto

Artista ligado ao movimento do graffiti em São Paulo, desenvolveu temas ligados à cultura Pop, como personagens de filmes e histórias em quadrinhos, como o célebre Spirit, personagem de Will Eisner. Como referência, utiliza as letras e música de Frank Zappa, motocicletas antigas, imagens  "old fashion",  ícones transgressores, a sensualidade, a cor e o desenho. Soma-se a seu talento a herança de mestres e parceiros como Alex Vallauri, Waldemar Zaidler, Carlos Matuck, Rubens Matuck, Maurício Villaça, e tantos outros que fizeram a história do graffiti e pintura no Brasil, a partir dos anos 80.

 

 

“A técnica do estêncil existe desde a pré-história. Na antiguidade, era aplicado em objetos e paredes, com caráter ornamental e no início do século XX surgiu renovado nas telas dos pintores modernistas, sendo legitimado pelos artistas da Pop Art na década de1960. Ganhou conotação de movimento urbano cultural e artístico na década de 1980, inicialmente em Paris, depois Nova York e, finalmente, espalhou-se pelo mundo. 

Essa forma de expressão, conhecida como graffiti, foi popularizada no Brasil por Alex Vallauri, no final da década de 1970. Junto dele estava Júlio Barreto, ainda um menino, curioso e habilidoso. Cresceu respirando a atmosfera da arte de rua daquele período e suas máscaras, tecnicamente bem elaboradas, retratavam o universo das histórias em quadrinhos e da cultura de massa.

No percurso natural da rua para o ateliê, Júlio uniu a densidade visual e as texturas do espaço urbano aos exageros, desvios e devaneios da sociedade. Sempre presentes, ícones e personagens, em tramas absurdas ou corriqueiras, são extraídos por seu olhar sensível e inquieto”

                                                                                       texto de Claudio Rocha